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quarta-feira, 8 de junho de 2011

O que é uma empresa virtual?


O conceito de algo virtual surgiu em um paper desenvolvido ao início da década de 70, e que tratava de dar uma nova visão à memória de computadores, até então restrita às suas limitações físicas. A memória virtual permitiu aos engenheiros de software uma liberdade maior e individualizada no tratamento de seus dados, porque, de repente, criou-se uma visão   lógica dos espaços disponíveis, sem que as limitações fisícas e reais formassem um impecilho a formulações mais complexas. Agora, a empresa virtual aparece como o modelo da corporação do século XXI, uma radical mudança dos conceitos clássicos de organização e divisão do trabalho. Como se situam neste novo ambiente os gerentes e profissionais? Serão eles, também, pessoas virtuais com salários e responsabilidades virtuais? Especular sobre isso é a nossa intenção neste artigo.
No excelente livro de Davidow e Malone, The Virtual Corporation, esta é caracterizada pela existência de produtos e serviços virtuais, aqueles que são produzidos quase que instantaneamente, sob demanda de um determinado cliente.Segundo estes autores, uma empresa virtual aparece para um observador externo como algo meio indefinido, com uma interação permanente entre a companhia, fornecedores e clientes.
Do ponto de vista da organização interna, aparece também indefinida, sem fronteiras, com cargos e responsabilidades em constante mutação. Mesmo a definição defuncionário muda, com alguns clientes e fornecedores passando mais tempo dentro da empresa do que aqueles formalmente empregados. Benjamin Coriat, da Universidade de Paris, acha que para chegarmos à uma nova forma de organização da empresa virtual será preciso fazer algo como uma engenharia reversa. Partir das necessidades reais dos clientes e procurar o tipo de estrutura que se pode desenhar para melhor atendê-lo.
Que mudanças já estamos percebendo, em direção à empresa virtual? Vejamos:
(1) o conceito tradicional de uma carreira empresarial será alterada, para refletir flexibilidade e adaptabilidade. Daí a dificuldade hoje sentida entre os estudantes em vizualizarem o futuro profissional, que não será visível senão em pequenos saltos, ao contrário da geração passada onde ser um engenheiro mecânico ou trabalhar na Rede Ferroviária, para citar dois exemplos, já predeterminava 15 ou 20 anos de trabalho.
(2) um treinamento mais sofisticado será necessário ao longo de toda a vida profissional. Será impossível manter-se atualizado, num ambiente de mutação tão espetacular, sem um aprendizado contínuo. Então, se isso é verdade, aprender a aprender torna-se uma habilidade a ser adquirida na escola, e deve ser prevalente sobre as demais.
(3) formas de organização multi-disciplinares, tais como as equipes de trabalho formais ou informais,terão crescente poder de decisão, antes reservado a indivíduos no topo da pirâmide.
(4) os critério de seleção de pessoas, cada vez mais, levarão em conta a capacidade de adaptar-se a mudanças.
(5) as centenas de pequenos empreendimentos surgidos no Vale do Silício introduziram o conceito de propriedade compartilhada. São donos desde os investidores de capital de risco, até os executivos, os prodfissionais e os clientes.
As empresas virtuais são confundidas com aquelas montadas na sala de visitas ou no quarto. Embora estas possam, realmente, serem virtuais, o que mais caracteriza este tipo de empresa não é a ausência de escritórios ou instalações físicas. É a capacidade de produzir produtos e serviços sob demanda, como dissemos.A Internet promete dar um grande impulso às empresas virtuais.Em determinado momento, várias pequenas empresas podem somar seus produtos e oferecer um resultado totalmente novo a um cliente que o tenha solicitado. Estas empresas podem estar, inclusive, em países diferentes. Na área de serviços, é comum integradores de sistemas e consultorias somarem competências variadas, distribuídas em localidades diferentes, para produzirem uma proposta vencedora.
Tanto a maneira de gerenciar como de trabalhar é muito alterada neste tipo de empresa. Em primeiro lugar, desaparece a figura do organograma, que muitos ainda insistem em seguir. Ele é melhor substituído por um desenho de rede. Isto não é apenas figurado. As pessoas devem entender que as fronteiras da organização foram implodidas, ampliadas até o limite do global. Não existem restrições a priori de associação. Não existem inimigos. Existem parceiros que mudam a cada nova solicitação de produto ou serviço. A única coisa que importa é a rapidez no atendimento a uma solicitação e a qualidade. A decorrência dos preços e dos custos terem que ser competitivos é natural, porque os parceiros estarão sempre procurando as melhores ofertas.
Como é exercida a liderança? As administrações continuam a perseguir resultados e a sobrevivência. A liderança se dá pelo envolvimento, assim como se observa em uma agência de publicidade. Cada evento é único e representa a simbiose de diversos talentos. Estes fazem tarefas mais agradáveis e recompensadoras, e sub-contratam outras que sejam menos relacionadas com sua competência. As equipes são mutáveis, às vezes de um dia para outro, com alguém pensando como um gerente de projeto, e mantendo acesa a chama da motivação e da busca do resultado. Os empregados participam dos lucros, e isso os faz permanecer na equipe por mais tempo, até que um dia apareça algo mais atraente e mais recompensador. As gerências desenvolvem comunicação em alto grau, e sabem capturar oportunidades. Eles são gerentes de oportunidades mais do que qualquer coisa, porque estas podem ser únicas.
As empresas virtuais parecem ser o modelo do século XXI, e vão exigir pessoas virtuais. Sem dúvida, com responsabilidades e salários reais, mas muito mais criativas.

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