O QUE É DESMOTIVAÇÃO?
Se Motivação significa encontrar motivos para agir (a famosa composição: MOTIVO + AÇÃO), então pode-se dizer que DESmotivação significa encontrar motivos para não fazer nada?
Desmotivação profissional é o estado em que a você não consegue se concentrar em seu trabalho, devido a algum fator que não atendeu às suas expectativas. Este fator geralmente está relacionado a empresa, mas também pode ser externo. Na maioria dos casos é uma promoção que não saiu, comparação salarial, algum fato interpretado como injustiça etc. Existem também os casos em que a desmotivação provém de fator pessoal, uma doença na família, uma dívida ou uma ocupação paralela mais interessante que o trabalho.
O grande embuste é que na Teoria Motivacional [1] aprende-se que atender às expectativas dos funcionários é o caminho para a motivação, mas aprende-se também que uma vez satisfeito um motivo, surge imediatemente outro (Como manter seu time motivado). É o caso da pessoa que dobrou de salário e que logo arranja outro motivo para se desmotivar.
POR QUE AS PESSOAS AGEM ASSIM?
Nossas vidas nunca têm um equilibrio perfeito, é o que chamam de altos e baixos [2], prefiro o termo pêndulo que exemplifica bem os extremos e a temporalidade. Quando ocorrem fatos positivos ficamos eufóricos e quando ocorrem negativos, ficamos deprimidos. Mas raramente lembramos que tudo é passageiro, mesmo as coisas boas [3].
A maioria das pessoas fica desmotivada por pura ansiedade. A sociedade nos contamina constantemente com “necessidades de consumo” e padrões comportamentais, nos ensinam que bem-sucedido é quem tem o melhor carro, a mulher mais bonita e a maior casa. Muitas pessoas começam a desejar o que não podem ter e a comparar-se por padrões fora de sua realidade, isso é verdadeiramente desanimador e normalmente é trazido para o trabalho.
Existe também o desmotivado por decepção, que entra numa empresa com alto grau de expectativas e logo se desaponta ao conhecer a realidade. Outro dia um amigo me contava como seu emprego novo era maravilhoso e uma semana depois, o trabalho já não parecia tão bom assim. Sempre esperamos um mundo perfeito a cada nova experiência, mas a perfeição não existe.
O CATALISADOR
Todos os motivos citados são bem reais, mas são motivos para não fazer nada? Ou para fazer somente o “basicão”? Será que reclamando diariamente no cafezinho conseguiremos suprir as expectativas não-atendidas? Convenceremos nossos chefes a nos promoverem? Obteremos o reconhecimento das pessoas? Certa vez Einstein falou a frase: “Insanidade é fazer as mesmas coisas sem parar, esperando resultados diferentes”. Ora, se sua estratégia não funciona de jeito nenhum, mude ou mude-se.
Existe um mecanismo em nossa mente que nos faz querer repetir experiências. É tanto o que nos impulsiona a querer viver novamente uma coisa boa, quanto o que nos atrai para situações complicadas [4]. É quando após uma grande conquista, acordamos vários dias sentindo uma sensação de vitória e também quando, após uma perda, nos pegamos pensando e sonhando com o que perdemos, sempre desapontados. É por isso que reclamar parece ser um alívio para a alma, a rodinha de pessoas reclamando da empresa, do serviço, do salário e dizendo que nunca vai ter jeito. De certa forma gostamos de nos sentir vitimas do “sistema”, é confortável! Se sou vítima então não preciso fazer nada.
O problema é que agindo assim, nos lamuriando diariamente, nos tornamos catalisadores do clima “DESmotivacional”. Quando aparece um colega novo disparamos logo os “podres” da empresa, os benefícios que foram reduzidos nos últimos anos e como ele não vai ter perspectiva nenhuma de crescimento. Isso é perigoso para a saúde mental, é anti-ético e diminui suas chances de sair dessa situação – ninguém vai indicar “o desmotivado crônico” para uma vaga de emprego.
Nada nem ninguém é perfeito. Nem sempre o ambiente de trabalho vai nos reconhecer ou as pessoas vão nos tratar como gostaríamos; Talvez a negociação de salário tenha sido ruim e talvez a empresa não dê os desafios da forma que estavamos procurando. Mas não faça disso um cavalo de batalha.
É melhor investir seu tempo encontrando sua motivação interior, acreditando no seu potencial, criando razões para se movimentar, protegendo sua mente, criando pequenas metas profissionais (alcançáveis) para ter o que comemorar, falar sempre de idéias positivas e usar o tempo de forma disciplinada. Afaste-se dos “reclamões”, desmotivação pega! Faça sempre alguma coisa, nem que seja esperar um pouco mais.
1] HERSEY, Paul. Psicologia para administradores: A teoria e as técnicas da liderança situacional – tradução e revisão técnica: Equipe do CPB – Edwino A. Royer. São Paulo: EPU, 1986.
[2] JOHNSON, Spencer. Picos e Vales. Editora Best Seller.
[3] GIKOVATE, Flávio. Os sentidos da vida. Editora Moderna, 1998.
[4] ROSNER, Stanley. O ciclo da auto-sabotagem – tradução Eduardo Rieche – 8a ed. – Rio de Janeiro: BestSeller, 2010.
F:http://elirodrigues.com
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