A falta de tempo está
nos distanciando.
Tenho a sensação de que falta
tempo durante o dia para eu fazer minhas tarefas. Minhas 24 horas não estão
mais dando conta da minha demanda. Você já se pegou pensando assim? Já refletiu
sobre o tempo que você precisa para suprir a sua demanda?. São inúmeras
perguntas que surgem na nossa cabeça e na maioria delas não temos tempo para
pensar na resposta e muito menos para refletir sobre a falta de tempo ou o
excesso de tarefas que temos no nosso dia a dia.
Pergunte para um familiar mais
velho como era a rotina na época dele e com certeza a primeira
coisa que ele vai responder é que não havia internet, celular, computador,
entre outros. Sempre tive o hábito de escutar as pessoas mais velhas e
questioná-las sobre o passado e era muito nítido para mim que eles tinham muito
mais tempo para eles do que hoje eu tenho para mim. A informação não era
rápida, o telefone era artigo de luxo para os poucos que tinham. A maioria das
estradas era de chão batido e os carros não tinham a potência que tem hoje. É
notável que o número de filhos que os casais tinham era bem mais, comparado com
os casais atuais. Com isso, as crianças brincavam, jogavam bola, tinham mais
contato com a natureza, tinham segurança para brincar nas ruas e
consequentemente tinham tempo para conviver entre elas.
O tempo passou e chegou a tão
esperada e comentada globalização. Entra em nossa casa os computadores, os
celulares, a internet e essa modernidade acelerou nosso tempo, o nosso relógio
está girando muito rápido. Podemos saber tudo que está acontecendo em tempo
real no mundo todo. Vieram às faculdades a distâncias, sem sair de casa você
pode ter um curso superior, pode assistir palestras, fazer um curso rápido e
ainda receber o certificado pelo correio. Enfim, podemos hoje fazer o que
quisermos, abriu-se um leque de oportunidades.
Mas e as pessoas? Elas estão
acompanhando esse tempo? Estão felizes?
Se na época dos meus avós alguém
contasse como seria o mundo hoje, eles teriam medo, teriam receio. Não
imaginariam as pessoas “longe” uma das outras. Perguntariam que “distância” é
essa?!. E com o passar do tempo na minha visão, as pessoas apertaram o botão
“piloto automático” e quando falo na distância não é quando cada um vive em
cidades diferentes, mas sim quando moram na mesma, inclusive dentro da mesma
casa. As crianças com dois anos dominam os computadores, elas não brincam mais com
os vizinhos na rua, elas não andam mais de bicicleta, nem patins, nem jogam
mais taco; Elas ficam brincando com uma máquina, sozinha. Já os pais chegam em
casa e vão para o notebook continuar a tarefa que não tiveram tempo de
concluir no trabalho e assim o tempo vai passando.
Esse contexto nós vivemos dentro
do trabalho também, podemos conviver com vários colegas na mesma sala e nem
sabemos o que eles fazem fora do trabalho. Temos metas para bater até o último
dia do mês, mal temos tempo para fazer isso, imagina conversar com os colegas
sobre suas vidas, assim que pensamos, assim que agimos e é assim que o tempo vai
passando e ficamos distantes. Se eu perguntar se você sabe quem dentro da sua
empresa está passando por um problema de saúde ou algum familiar, você saberia
me responder rapidamente?
As pessoas estão carentes de
afeto, de abraços, de carinho, de um ombro amigo, de serem ouvidas e também
poderem falar o que pensam sem serem julgadas. Vou contar uma história que
aconteceu comigo e que me fez pensar em tudo isso que escrevi.
Era sexta-feira e eu estava
saindo da empresa para ir embora e comecei a me despedir dos colegas apertando
a mão, dando um abraço e desejando um bom final de semana e havia dentro da
sala uma colega que vai à empresa três vezes na semana porque ela atende a
região, cheguei nela dei um beijo e um abraço e desejei o mesmo que para os
outros e fui embora. Na segunda-feira de manhã eu estava pegando um cafezinho,
conversando com uma colega e ela chegou e disse que sexta-feira ela tinha saído
muito nervosa porque pensou que ia acontecer alguma coisa ruim comigo. Eu
surpreso perguntei o motivo e ela me respondeu que foi o abraço e o beijo que
dei. Ela estava emocionada contando isso.
Naquele mesmo momento eu falei
que isso era porque as pessoas não têm mais tempo nem para cumprimentar mais os
colegas e todos concordaram. Quando vemos que alguém não está bem, que está
calado, que não está rindo como é do seu normal é muito importante parar tudo e
perguntar o que está acontecendo, ficar presente para que ela possa expor seu
problema.
O que me motiva é que ainda temos
tempo para recomeçar, para quando chegar segunda-feira e enxergar nosso
trabalho e nossa família de outra forma. Desliguem o piloto automático por
algumas horas e controle seu tempo do jeito que você quiser e que te faça bem. Vamos
procurar ter mais qualidade de vida. Somos pessoas, somos humanos, temos nossas
necessidades, desejos, anseios e sentimentos. Não somos máquina e sim de carne
e osso.
Fica aqui o tema de casa para
você. Reflita sobre o seu tempo!
Um abraço e um ótimo final de
semana!!! (Ahh..não fique nervoso, eu estou bem!)
Marcelo B. Homrich
Responsável pelo blog Megafone Adm
Graduado em Administração de Empresas
Extensão em Gestão do Relacionamento com o cliente em organizações de Serviços.
MBA em Gestão de Pessoas - Liderança Coaching
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