Só economizar não é suficiente. Para garantir um futuro sem problemas financeiros, é preciso fazer um bom planejamento, tomar as decisões certas e escolher os melhores investimentos para você
Faz uma década que o patrimônio dos planos de previdência privada cresce, em média, 25% ao ano. Somente no primeiro semestre deste ano, mais 10 bilhões de reais foram injetados nessas aplicações. Essas são evidências de que vem crescendo a preocupação com a aposentadoria no Brasil. Guardar dinheiro, porém, é só parte do que precisa ser feito por quem pretende ter um futuro tranqüilo. "O verdadeiro segredo da previdência é planejar", diz Luciano Snel, diretor de vida e previdência da seguradora Icatu Hartford. "Tomar as decisões certas faz muita diferença no retorno que as pessoas vão conseguir de suas aplicações." Para ajudar os futuros aposentados, EXAME preparou um roteiro que resume os principais passos que o investidor deve seguir (veja quadro abaixo).
O fator fundamental de qualquer planejamento para a aposentadoria é o tempo. Como se trata de um projeto de longuíssimo prazo, quem começa antes leva vantagem, porque consegue formar uma reserva maior com menos sacrifício. O conselho dos especialistas é poupar desde cedo, mas sem exageros. "Os jovens têm necessidades financeiras mais urgentes que a aposentadoria, como a compra de um carro ou da casa própria", diz Renato Russo, vice-presidente de previdência da seguradora SulAmérica. "O ideal é guardar uma quantia que não faça falta, menos de 5% da renda, para não cair na tentação de cortar essa poupança." Quem economiza apenas 150 reais por mês desde os 20 anos, por exemplo, chega aos 70 com uma reserva de 57 0000 reais, calculada em termos reais, isto é, já descontada a inflação. Para chegar ao mesmo montante a partir dos 40 anos, é preciso investir quase quatro vezes mais.
Cifras de seis ou sete dígitos impressionam, mas é difícil dizer qual é o valor ideal para garantir uma aposentadoria tranqüila. "Pode faltar dinheiro ou até mesmo sobrar", diz Laurence J. Kotlikoff, professor de finanças da Universidade de Boston e dono de uma empresa que faz estimativas de renda para aposentados. "Há pessoas que sofrem durante a aposentadoria por não ter acumulado recursos suficientes, e outras que sofrem antes, poupando cada centavo para o futuro, para depois ver que não precisariam de tudo aquilo para viver na velhice." Segundo Kotlikoff, isso ocorre porque é difícil estimar quanto um investidor vai precisar para viver bem daqui a 20 ou 30 anos. Muitos analistas financeiros sugerem uma simplificação: a regra é considerar que um aposentado precisa de 70% do último salário para manter o mesmo padrão de vida. "As despesas com saúde aumentam, mas outros gastos, como a educação dos filhos e a prestação da casa própria, diminuem", diz Russo, da SulAmérica. Quando o assunto é previdência, porém, até mesmo simplificar dá trabalho. Saber qual será seu último salário na ativa é fácil para quem está prestes a se aposentar, mas não passa de uma aposta para quem está no auge da vida profissional, ao redor dos 40 anos, por exemplo
Fonte:Portal Exame - Abril.com
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