Confira dicas de Luiz Fernando Garcia, especialista em gestão comportamental, para abordar seu chefe sem neuras
Muitas empresas têm mecanismos de feedback específicos para que chefes e funcionários se avaliem e compreendam como está o trabalho e a performance de cada um. São procedimentos úteis e que funcionam com um formato determinado.
Entretanto, muitas vezes o funcionário busca receber esse feedback de maneira menos formal – ou quer um feedback dirigido (sobre algum projeto ou evento, por exemplo). Quando isso acontece, ou quando sua empresa não possui procedimentos de avaliação, abordar o chefe pode parecer uma situação meio chata.
Para o especialista em gestão comportamental Luiz Fernando Garcia, a situação é constrangedora, mesmo. E delicada. Para lidar da melhor maneira possível, Garcia dá o passo a passo de como pedir feedback para seu chefe.
Crie um vínculo com o chefe
O processo todo começa antes do pedido em si: “Você precisa estreitar o vínculo com o chefe”, afirma.
Na prática, isso significa ter algum contato com ele antes de sair perguntando sobre seu desempenho. “Sem vínculo, o feedback acaba trazendo impressões distorcidas, influenciadas por terceiro”, explica Garcia. E para criar o vínculo vale aquilo que for mais natural para você, desde perguntar sobre questões de trabalho, dividir ideias ou até comentar sobre o jogo de futebol da semana.
O pedido não pode parecer uma cobrança
“Essa é uma regra que vale para qualquer pedido feito ao chefe: ele não pode se parecer com uma cobrança ou vai deixá-lo em uma posição defensiva”, diz Garcia.
A sugestão do especialista é uma abordagem com menos assertividade: “Diga que você quer ouvir seu chefe sobre seu desempenho, por exemplo”. E deixe claro que não vai ser algo que vai tomar o tempo dele – e nem precisa ser feito imediatamente.
Na conversa, escute...
Para o especialista, a melhor atitude durante o feedback é de ouvir tudo o que seu chefe tem a dizer, bom ou ruim, e prestar muita atenção. “Se você não o interromper, ele sai da defensiva. E anotar os comentários também pode deixá-lo menos armado”, diz Garcia.
Mesmo durante críticas, o especialista defende que o melhor é não retrucar e nem tentar se justificar. “O contra-argumento cria um conflito, se você ficar quieto é capaz até de o chefe perceber que está exagerando em críticas duras”, explica Garcia.
...ao final, fale.
Conseguiu ouvir críticas e elogios sem tentar se justificar ou sem interromper o chefe o tempo todo? Agora é a hora de falar. E para esses momentos há uma boa dica: “Chame o chefe pelo nome, isso aumenta a empatia e diminui qualquer clima de conflito”, diz o especialista.
Se ele der abertura, vale até contra-argumentar algumas questões. Mas, de novo, para não parecer um embate, Garcia recomenda um cuidado com a linguagem: “Algumas expressões, como ‘eu discordo’ ou ‘no meu ponto de vista’ podem dar a impressão de que a conversa é um debate. Evite”.
No lugar, ele recomenda que você diga como se sentiu em determinado momento: “Dá para dizer coisas como: ‘no último evento, me senti muito atribulado e talvez ter mais alguém no projeto teria me ajudado’”, sugere o especialista.
Por fim, a dica básica, mas que tem de ser dita: “Nunca seja acusatório, você não quer ser o dedo duro da empresa”, diz Garcia.
F:http://exame.abril.com.br
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