Este ano teremos eleições municipais no Brasil, consequentemente, é a nossa vez como eleitores de decidirmos o futuro da nossa cidade. Vivemos numa rotina corrida, onde as 24h do dia não dão conta para o grande volume de tarefas que temos. Com isso, não avaliamos como deveria os nossos candidatos. Muitas pessoas votam naquele que "paga" mais. Me atrevo falar que "vendem" o voto para quem der mais e esse ato proibido acaba resultando em péssimas estatísticas para o nosso país.
Nessa triste realidade em que vivemos nos anos eleitorais, venho publicar aqui no blog o artigo escrito por um jovem chamado Maicon Marchezan. O artigo é muito interessante porque ao ler refletimos sobre a importância do nosso papel como eleitor. Nos damos conta de que não cobramos e fiscalizamos nossos políticos, mas ainda temos tempo para reverter nossa situação e esse ano podemos fazer diferente.
Realmente essa leitura mudará sua postura nas eleições e mostrará que quem tem o poder somos nós através do VOTO.
Anotações para o pleito que se aproxima
Maicon Marchezan*
As eleições municipais se avizinham, e como sempre acontece, questões pouco ou nada relevantes são postas à mesa, a fim de desviar as atenções das discussões acerca das principais aspirações de nossas comunidades. O candidato do governo mostrará o que de material foi feito. O principal opositor criticará aquilo que não foi feito ou feito de maneira indevida e, ainda, ficará preso nas lembranças daquele tempo em que foi governo – considero questões pouco relevantes!
Deixar a cidade mais confortável e mais bonita, um lugar melhor para se viver, é dever de qualquer pessoa que recebe votos e salário para fazê-los!
Ponto crucial para o debate político, e que vou tratar neste escrito, é o uso do dinheiro público, cujo guardião e principal responsável é o prefeito municipal. Interessa, ao pagador de impostos consciente, a forma como estão sendo alocados os recursos de todos.
Existem aqueles prefeitos que fazem mal, mas fazem: tratam o ente público como central de empregos, de negociatas, de favorecimento do grupo seleto de cargos de confiança e cabos eleitorais em detrimento do bem comum. Em detrimento do bem de todos. Ações dessa ordem envolvem toda a administração, contamina a equipe, que passa a tratá-las como meio único para suprir suas necessidades e vontades. Sendo assim, devemos ter cuidado especial com os candidatos provindos de grupos desse governo e de sua base de apoio na câmara de vereadores: a equipe que irá trabalhar na sua eleição será a equipe já anteriormente contaminada, logo, se a equipe elegê-lo, irá buscar o seu quinhão, e o novo prefeito lançará mão do dinheiro de todos para satisfazê-la, empregando-os no município. É um ciclo vicioso maléfico.
Existem aqueles que fazem pautados pelo bom uso dos recursos: pelo ente saneado, deixando o número necessário de funcionários em confiança e, o mais importante, que administram cumprindo estritamente a lei, seja em gastos de qualquer monta, de qualquer espécie. É o administrador que aperfeiçoa o uso dos recursos, elevando a eficiência na contratação e na prestação dos serviços, na realização das obras, na valorização dos funcionários públicos. Esse candidato é o candidato não só do material, mas o candidato que se esforça para manter inquestionável sua riqueza imaterial. Sua equipe é contaminada pelas coisas boas, decentes, conscientizada a respeito do império da Lei, não da negociata ou “do jeitinho”, não da satisfação de vontades, mas de necessidades.
A maioria pensante dos cidadãos tem o dever de qualificar os debates e disseminá-los. Os candidatos não devem ter sido coniventes com malfeitos de seus possíveis antecessores, sejam ocupando cargos no governo ou os apoiando no legislativo, sem se posicionarem negativamente diante de atos antiéticos. Nesse caso, deixando também de cumprir uma de suas obrigações enquanto vereador: a de fiscalizar o Executivo.
As coisas de ordem imaterial devem estar em primeiro lugar na nossa (eleitores!) pirâmide de prioridades. Falo de exemplo, de retidão, de pessoas “mostráveis” às crianças. Falo de caráter, que parece ter sido esquecido por boa parte da geração política dominante. Com os princípios sólidos, a administração acontece, sempre, de forma satisfatória. Toda eleição é um momento histórico. É no momento do voto que escolhemos os modelos que vão cuidar do nosso dinheiro, por no mínimo quatro anos. Tudo depende de nós.
*Produtor Rural e acadêmico de Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo (UPF).
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